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Selic é reduzida em 0,5 ponto percentual, a 6% ao ano
A taxa básica de juros era mantida em 6,5% desde março do ano passado. Para a ACSP, ainda existe espaço para mais cortes
Pela primeira vez em um ano e quatro meses, o Banco Central (BC) diminuiu os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para 6% ao ano, com corte de 0,5 ponto percentual.
Com a decisão desta quarta-feira, 31/07, a Selic está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986.
De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015.
Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Desde então, a taxa não tinha sido alterada.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em junho, o indicador fechou em 3,37% no acumulado de 12 meses. Depois de vários meses de alta no início do ano, o índice desacelerou nos últimos meses. Em junho, o IPCA ficou em apenas 0,01%, o menor percentual para um mês desde novembro de 2018.
Para 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,75% neste ano nem ficar abaixo de 2,75%. A meta para 2020 foi fixada em 4%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
INFLAÇÃO
No Relatório de Inflação divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2019 em 3,6%, continuando abaixo de 4% até 2021. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,8%.
NOVOS CORTES
Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Copom acertou ao reduzir a taxa básica para 6% ao ano.
“Esse corte mais agressivo foi acertado e até surpreendeu, mostrando que o Copom está preocupado com o nível de atividade econômica - que está enfraquecendo mais do que o esperado – e quer estimular a economia”.
Para ele, “as condições para a redução da taxa de juros estão dadas tanto no campo monetário – com a inflação sob controle e dentro da meta – quanto no campo fiscal, com a aprovação da reforma da Previdência avançada. Esses fatores justificam plenamente esse processo de redução da taxa básico de juros”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Para ele, o Copom pode promover novos cortes nas próximas reuniões, até que a taxa Selic chegue a 5,5% no fim do ano. “Contudo, para que essas reduções se transfiram para o consumidor, são necessárias quedas também no recolhimento compulsório dos depósitos a prazo, que hoje está em 31%, ainda muito alto”.