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Contratação de seguro ainda não é prática em pequenas empresas
O segmento ainda apresenta tímido crescimento no número de contratações entre as seguradoras, apesar de sua importância para a sustentabilidade do negócio
A Etna Transformadores, empresa paulistana que fabrica transformadores elétricos há mais de 25 anos, tem o seguro patrimonial do negócio contratado praticamente desde a abertura.
"Trabalhamos com materiais muito visados, como alumínio e o cobre. Por isso, contratamos apólices há mais de 20 anos. Inicialmente era apenas contra roubo e incêndio, mas fomos acrescentando coberturas, como risco elétrico e até queda de aeronave. É improvável, mas não impossível", conta o diretor da empresa, Marcelo Cervantes Garcia.
Apesar da importância de segurar o negócio de sinistros (eventos externos que podem prejudicar os bens materiais do negócio) e também do Decreto 61.867/1967, que obriga pessoas jurídicas a contratarem seguro contra incêndio, o exemplo de Garcia ainda é pouco comum entre os micro e pequenos empresários.
Segundo o consultor do Sebrae-SP, Nelson Endrigo Junior o segmento ainda apresenta tímido crescimento no número de contratações entre as seguradoras, apesar de sua importância para a sustentabilidade do negócio.
"Esse é um produto barato, mas os empresários não o conhecem. O seguro de responsabilidade civil garante uma cobertura para gastos judiciais, caso um cliente fique insatisfeito com o serviço da sua empresa", completa.
Para ele, o valor da apólice deve fazer parte dos gastos básicos inseridos no plano de negócio, antes mesmo da abertura da empresa.
"Existem muitos fatos que fogem do controle e podem fazer o empreendedor não ter fôlego para reagir. Há vários exemplos, como imprevistos com carros da empresa, com a carga ou até mesmo um acidente com funcionários. E o pequeno que faz tudo sozinho vai ser afetado diretamente nas finanças e na estabilidade da empresa caso algo aconteça. O seguro patrimonial é um suporte para estes imprevistos", diz Endrigo Junior.
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O gerente de Ramos Elementares da Porto Seguro, Marcelo Santana, afirma que a empresa cresceu 7%, comparado ao mesmo período do ano anterior, no segmento de pequenas e médias empresas, incluindo os produtos voltados para o microempreendedor individual. No mesmo período, a expansão para outros segmentos na empresa foi de 10%.
Atualmente, as seguradoras oferecem vários tipos de produtos com especificações para diferentes tipos de negócios e seus riscos, contemplando as particularidades de cada um.
As coberturas variam desde eventos externos, como incêndio, pane elétrica causada pela queda de raios, riscos atribuídos aos funcionários até a cobertura de pagamento de aluguel ou mesmo o reembolso para gastos judiciais com indenizações ocasionadas a terceiros, como é o caso do seguro de responsabilidade civil.
A superintendente executiva de produtos massificados e especiais do grupo segurador Banco do Brasil e Mapfre, Patrícia Siequeroli, conta que o grupo - líder no ramo de seguros gerais do País -, desenvolveu apólices específicas para micro, pequenos e médios empresários.
"Definimos particularidades, tanto para o MEI, que tem crescido bastante e assumiu destaque na economia, quanto para nichos. Nos adequamos para entender a especificidade de cada tipo de negócio. Conseguimos mapear 21 atividades com riscos específicos", diz Patrícia.
Segundo ela, os valores de alguns seguros giram entre R$ 800 e R$ 900 por ano, com acréscimo no valor conforme o aumento da cobertura.
"Para MEIs que trabalham em casa, oferecemos cobertura para danos causados na área do escritório em apólices residenciais. Se o computador desse profissional é seu instrumento de trabalho e algo acontece, como uma pane elétrica, seu faturamento acaba comprometido. Por isso temos essa cláusula dentro do contrato", diz o gerente da Porto Seguro.
O diretor da Etna, Marcelo Garcia, afirma que em mais de 20 anos nunca precisou usar o serviço, mas não se arrepende de contratá-lo. "É melhor do que ser pego de surpresa." Como alerta, Endrigo Junior diz que empresas com estoques devem contratar, pelo menos, apólice contra roubo.
O consultor do Sebrae-SP também ressalta que o seguro não é investimento, mas pode garantir a estabilidade da empresa.