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Os jovens e o futuro do trabalho
Dar acesso a esses trabalhadores ao que há de novo no campo da tecnologia faz uma grande diferença.
Existem diversas discussões sobre como será o trabalho no futuro. Um futuro que ainda terá trabalhadores da geração baby boomers – muito poucos – e da geracão X – um pouco mais -, já que as expectativas de vida estão aumentando significativamente. No entanto, a maioria das pessoas em condições de trabalhar será das gerações Y e Z e é interessante discutirmos como lidar com esses profissionais para que eles sejam produtivos e felizes.
Os jovens nasceram e cresceram com novas e diárias facilidades de comunicação proporcionadas pela tecnologia e isso já significa, e significará cada vez mais, uma grande mudança na maneira de as pessoas se relacionarem com o trabalho. Pessoas e casas começam a ser totalmente conectadas, portanto mesmo quando a pessoa estiver dormindo, seu trabalho poderá estar sendo executado e compatilhado. Dar acesso a esses trabalhadores ao que há de novo no campo da tecnologia faz uma grande diferença.
As gerações nascidas entre o final do século XX e o início do século XXI têm uma grande ansiedade em assumir cargos de liderança, querem ter o comando das ações, querem fazer a diferença em todos os palcos em que atuam. Por outro lado, eles não precisam ter cargos formais para assumir esse papel, o que pode ser delicado em relação aos profissionais de outras gerações, exigindo cuidado dos gerentes que os conduzem.
Os contratantes devem ter sensibilidade para prepará-los, criando oportunidades de liderança em pequenos projetos para começar e deixando-os atuar em assuntos não relacionados a sua função principal. Devem principalmente abrir a possibilidade de trazer as novas experiências para seu dia-a-dia e proporcionar momentos de reflexão sobre os aprendizados em processos de treinamento. Investimentos em coaching e mentoring potencializarão aprendizados e resultarão em líderes mais empáticos e eficientes.
É importante ter em mente que assim como a identidade da empresa, as identidades dos colaboradores são baseadas nas interações entre elas. Dessa maneira, a empresa precisa entender que mais jovens dentro da organização vai significar mudanças culturais que devem ser assumidas e respeitadas. Afinal, eles trazem um novo jeito de fazer as coisas, proporcionam inovação e modernidade a processos que eventualmente não estejam mais funcionando tão bem.
Por outro lado, com esse tipo de colaboradores, a empresa deve compartilhar objetivos, valores e regras com clareza, mostrando que cada um faz parte de um conjunto que deve trabalhar na mesma direção para produzir resultados a serem compartilhados. E mostrar sua flexibilidade e disposição para ouvir o que eles têm a dizer.
Uma das coisas que várias pesquisas já definiram é que jovens querem ser respeitados e reconhecidos mas também bem remunerados. Remuneração é muito mais importante para eles do que para as gerações mais velhas. Uma perspectiva clara de crescimento também é estimulante e ser liderados por líderes éticos, amigáveis e capazes de dar e ouvir feedbacks construtivos trazem resultados surpreendentes.
Obviamente, as legislações trabalhistas têm que mudar para incluir novas realidades como o trabalho executado remotamente, a co-criação, equipes desenvolvendo projetos em diferentes lugares, por exemplo. Conforme novos cenários se transformem em práticas, novas leis deverão ser criadas para substituir aquelas que não são mais aplicáveis.
Os principais desafios que os responsáveis por recursos humanos nas empresas terão no futuro são relacionados à escolha dos talentos certos para cada projeto, talentos esses que deverão ser atraídos e retidos. As empresas deverão ser convencidas que investimentos adequados em capital humano serão diferenciais competitivos com extrema significância. Essas áreas deverão contribuir para que as empresas tenham culturas saudáveis de cooperação, sistemas de compensação justos e atraentes, desenvolvimento de pessoas, especialmente de lideranças e claras oportunidades de avanços.
Nem todas as empresas estão preparadas para esse futuro, mesmo que ele esteja batendo a suas portas, mas muitas estão bem encaminhadas. As exigências do mercado que demandam modernização, inovação e maior produtividade vêm criando uma demanda de melhoria na capacitação das pessoas. A inquietude das gerações Y e Z, vêm demandando novas atitudes e, apesar de ainda haver uma certa complexidade, as melhores empresas já estão muito atentas. Outras seguirão em breve ou verão seus negócios desaparecer.