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Dólar interrompe série de quatro altas e volta a valer R$ 3,14
Moeda norte-americana recuou 0,15% após operar em alta durante grande parte da sessão
O dólar fechou com leve queda ante o real nesta quarta-feira (27), após ter operado em alta durante grande parte da sessão, acompanhando o movimento externo e reagindo a declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendendo as medidas de ajuste fiscal no Brasil.
O dólar recuou 0,15%, a R$ 3,1452 na venda, após acumular alta de quase 5% nas últimas quatro sessões. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 904 milhões.
Operadores afirmaram não ver grandes novidades no discurso do ministro, mas aproveitaram a ocasião para corrigir excessos após a moeda acumular alta de quase 5% nas últimas quatro sessões. As preocupações com os entraves ao reequilíbrio das contas públicas, segundo operadores, persistem.
O dólar norte-americano abriu o dia em alta globalmente, ainda reagindo a expectativas de que os juros comecem a subir neste ano nos Estados Unidos e a preocupações com a crise envolvendo a dívida grega. "Talvez junho esteja descartado, mas acredito que o mercado está mais e mais confortável com a ideia de que os juros vão subir ainda neste ano", afirmou o estrategista Neil Mellor, do Bank of New York Mellon.
No entanto, o dólar reduziu os ganhos na parte da tarde e passou a recuar em relação a outras moedas, como o euro. O alívio veio após a Grécia afirmar que começou a esboçar um acordo com seus credores e perdurou mesmo após autoridades da zona do euro negarem a informação.
Além disso, investidores venderam dólares durante a entrevista coletiva do ministro Nelson Barbosa, na qual defendeu o ajuste fiscal brasileiro. Especulações no mercado sobre possíveis atritos entre Levy e Barbosa sobre esse tema têm gerado apreensão, mesmo após a presidente Dilma Rousseff negar a existência de conflitos entre os dois.
O operador Luciano Copi, da corretora Correparti, afirmou em nota a clientes que o governo se encontra "entre a cruz e a espada" e ressaltou que, mesmo após a aprovação da Medida Provisória 665 no Congresso na véspera, "muita água vai passar ainda por baixo dessa ponte".
E a perspectiva é que a alta do dólar continue. O banco JPMorgan estimou que o valor justo do real seja de 3,26 por dólar.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a US$ 7,093 bilhões, ou cerca de 73% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.