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6 passos para organizar as finanças após as férias

Entenda quais os principais gastos pós-férias e veja como organizar o orçamento para não se endividar

Um novo ano começou e as férias acabaram. É hora de retomar a rotina e, com ela, os compromissos financeiros. E bota compromisso nisso! IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), possivelmente a renovação do seguro do carro, gastos com material escolar… sem contar as parcelas remanescentes das compras de Natal, pesando na fatura do cartão. E tudo isso em um momento em que você recebeu o seu salário antecipado, por causa das férias – e ainda gastou mais do que o normal, curtindo seus dias de folga.

“Começamos o ano pressionados com o cartão, carnês, impostos e várias outras despesas e em pouco tempo já vem o Carnaval. Quer dizer, um mar de coisas para pagar em pouco tempo e um novo feriado prolongado pela frente, que deve gerar mais despesas”, comenta José Vignoli, educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz. A boa notícia é que mesmo quem não economizou com antecedência pode voltar das férias e dar conta das despesas do início do ano, sem comprometer todo o orçamento de 2015. Basta apenas disciplina, organização e abrir mão de certos gastos em nome de quitar suas dívidas. Mãos à obra?

1- SAIBA O QUANTO GASTARÁ

Primeiro, organize-se. “Quem voltou das férias deve fazer um balanço financeiro da situação, verificando qual receita terá neste começo de mês e fazendo o mesmo em relação às despesas”, diz Vignoli. Na prática, isso significa listar sua renda – provavelmente menor neste período específico, afinal, você recebeu adiantado parte do seu salário, dias antes de tirar férias – e suas despesas. Caso não tenha um número exato (por exemplo, quanto gastará com material escolar), faça uma estimativa pesquisando preços na internet ou mesmo indo até as lojas. O importante é ter noção do valor que deve sair da sua conta nessa volta das férias. Não se esqueça de inserir nos seus cálculos a fatura do cartão de crédito! “Aproveite para examinar seu extrato e a fatura do cartão através do site do seu banco, pois a memória falha e desta forma é possível saber tudo antecipadamente”, aconselha o Educador Financeiro. Pronto, agora você sabe o quanto precisa para quitar tais despesas. (Imagem 1)

2- REDUZA AO MÁXIMO SEUS GASTOS

Para obter dinheiro de um lado, é preciso cortar de outro. Assim, para conseguir dar conta dessas despesas após a volta das férias, é necessário cortar gastos. Usando o Simulador Diagnóstico Financeiro você entende melhor suas contas mensais e descobre o que é essencial, o que pode ser reduzido e o que deve ser cortado. “As pessoas costumam dizer que ‘não sobra dinheiro no fim do mês’. Pois vamos pegar itens básicos de sobrevivência, como moradia, água, luz, gás, farmácia e supermercado. Se a soma disso for menor do que a minha renda, sobra dinheiro. Para onde está indo esse restante? Com as finanças organizadas, pode-se descobrir que está indo, por exemplo, para o barzinho com os amigos no fim de semana. Pronto, eis o que você precisa reduzir ou cortar”, exemplifica José Vignoli. Essa, claro, não deve ser uma alternativa para a vida toda, afinal, momentos de lazer são fundamentais. Mas, neste mês financeiramente crítico, vale, sim, radicalizar para equilibrar as suas contas e conseguir poupar!

3- O QUE PAGAR PRIMEIRO

Priorize as contas básicas, os impostos e as despesas relacionadas aos filhos. Comece pagando IPTU e IPVA para evitar problemas com o governo, como, por exemplo, ter o carro apreendido. Se tiver dinheiro em caixa para pagar o valor integral, ótimo, já que terá um desconto. Em caso de situação apertada, aproveite a opção de quitar em prestações. “Caso não tenha dinheiro disponível para pagamento a vista, parcele e se organize para pagar aquele valor a cada mês”, recomenda Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC. Para quem tem filhos, a melhor solução é unir-se a outros pais e combinar compras de material no atacado, o que barateia os produtos. Descubra se, entre esses pais, filhos mais velhos possuem itens de séries passadas que podem ser reutilizados. “Na hora da compra, atenha-se ao que o seu filho vai usar, evitando itens ‘da moda’ que custam mais. Um lápis tradicional escreve tão bem quanto o com desenho de princesa que vale o dobro”, alerta Vignoli. Para identificar gastos gerados por um filho e ajudá-lo nesta tarefa, veja nosso Simulador Escolar.

4- RENEGOCIE DÍVIDAS E PRAZOS

Percebendo que o dinheiro restante na sua conta talvez não dê para bancar alguma conta ou boleto, vale negociar a possibilidade de prorrogar determinado pagamento ou vencimento. Ao propor um acordo ao credor, é possível conseguir bons resultados. “O devedor deve ser firme, demonstrando que realmente pretende pagar a dívida, só precisa de mais tempo. Se possível, apresente uma contraproposta e cumpra o que foi acordado”, aconselha José Vignoli.

5- A FATURA DO CARTÃO

O ideal, sempre, é que você não use o cartão de crédito quando sabe que a fatura está chegando em um valor que não conseguirá bancar no próximo mês. Afinal, os juros para quem paga no rotativo são altíssimos e devem ser evitados a todo custo. Agora, se você não possui uma reserva e por isso acaba jogando tudo no cartão, o jeito é, na hora de pagar a fatura, em vez de parcelar, trocar essa dívida por outra com juros menores. O educador financeiro explica: “Através de um empréstimo consignado, por exemplo, você consegue pagar a fatura do cartão integralmente. Ainda terá as parcelas do empréstimo, sim. Mas os juros do consignado serão bem menores e você poderá adequar melhor o valor das parcelas e prazo para o pagamento”. Outra opção é fazer a portabilidade da dívida (seja do cartão ou não), algo parecido com o que já é feito entre operadoras de celular: você transfere a sua dívida para outro banco que apresente juros menores. “É algo relativamente novo, um jeito de o consumidor exercer o poder de barganha”, ensina Kawauti. Quando for possível negociar, vale considerar a opção.

6- POR FIM, PLANEJE-SE!

Agora que você sentiu na pele a importância de se planejar financeiramente antes de tirar férias, que tal aproveitar esse momento de organização para não reviver esse aperto em 2016? Quem fez um empréstimo ou parcelou o pagamento de algum imposto, por exemplo, deve se programar para pagar cada parcela, todo mês ou até mesmo quitar integralmente com desconto. “O segredo é planejamento. Ao estruturar suas finanças, considere imprevistos, sonhos e também lazer. Além das despesas básicas, claro”, aconselha Vignoli. “As pessoas passam 40 horas por semana trabalhando para ganhar dinheiro. É importante que se dediquem também a gerir essa renda”, lembra Kawauti. E acredite: ciente do que se passa, planejando cada passo, fica mais fácil aceitar a hora de recuar nas compras e aproveitar os pequenos prazeres. E, claro, as sonhadas férias!