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Como as empresas podem aumentar a disponibilidade de crédito sem aumentar a inadimplência?

Empréstimo por pessoas físicas cresce 18% nos 12 meses até fevereiro de 2024, maior alta dos últimos cinco anos; inadimplência já atinge 72,54 milhões de brasileiros em 2024

Autor: De Assessoria de Imprensa

São Paulo, outubro de 2024 - Empresas de diversos setores estão adotando tecnologias avançadas como análise de dados com Open Finance e inteligência artificial para aumentar a oferta de crédito sem elevar os índices de inadimplência. Essas inovações permitem avaliações de crédito mais precisas e personalizadas, auxiliando consumidores a gerenciar suas finanças de forma eficiente e a aumentar seus limites de crédito.

De acordo com dados do Bacen, a concessão de empréstimos para a compra de bens por pessoas físicas cresceu 18% nos 12 meses até fevereiro de 2024, a maior alta dos últimos cinco anos. O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) divulgado na última semana pelo BC aponta que o apetite a risco das instituições financeiras teve uma leve elevação no primeiro semestre deste ano. Apesar disso, o documento destaca que "não há risco relevante para a estabilidade financeira". Segundo o REF, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) segue "bem provisionado", com rentabilidade "melhorando gradualmente".

Paralelamente, o aumento dos empréstimos está sendo acompanhado por estratégias robustas para mitigação de riscos, como a diversificação da carteira de crédito e a segmentação de mercado, essenciais em um cenário onde a inadimplência atingiu 72,54 milhões de brasileiros em maio de 2024, de acordo com o Serasa. O Comitê de Política Monetária (Copom), por sua vez, iniciou em setembro o ciclo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, que passou de 10,50% para 11,25% ao ano. O comitê reforçou seu "firme compromisso de convergência da inflação à meta", mas não indicou os próximos passos em sua última ata.

Outro ponto de atenção é a nova regulamentação alinhada aos padrões internacionais IFRS 9 e IFRS 7, que entra em vigor em 1° de janeiro de 2025. Entidades que respondem por cerca de 84% das exposições de crédito do SFN estimam um aumento de R$ 37,8 bilhões nas provisões, o equivalente a 10,7% das provisões atuais, conforme pesquisa do BC. Essa adaptação regulatória reforça a importância de manter o equilíbrio entre oferta de crédito e solidez financeira do sistema.

Especialistas ressaltam que a eficácia do aumento da disponibilidade de crédito está na complexidade da análise de risco, viabilizada por ferramentas de IA, que ajudam na automação do processo de decisão de crédito, detecção de fraudes, personalização de ofertas e segmentação correta de clientes, permitindo uma previsão mais precisa da inadimplência e monitoramento de perfis.

É o que explica Bruno Moura, diretor de negócios e marketing da klavi – empresa que oferece soluções de inteligência de dados baseadas em Open Finance e Open Data. "Mais de 30 milhões de autônomos no Brasil podem acessar crédito mais justo graças ao Open Finance, que permite que as instituições financeiras usem dados de transações bancárias para avaliar o risco de inadimplência de forma mais precisa. Isso também aumenta a segurança contra fraudes e a personalização de ofertas adequadas de crédito". O especialista destaca que uma análise de crédito segura exige uma ampla gama de informações, como histórico, renda, comportamento de pagamento e dados relevantes para uma avaliação completa do cliente.

Marcio Feitoza, CEO da fintech meutudo, acredita que a combinação de inteligência artificial, análise de dados e ofertas especializadas é essencial para aumentar a disponibilidade de crédito de forma segura. "Utilizamos algoritmos para prever o comportamento de pagamento e aplicamos modelos de crédito flexíveis, com o foco em oferecer soluções mais vantajosas para que o cliente possa reestruturar sua administração financeira sem aumentar a inadimplência”, aponta Feitoza.

Uma das ferramentas que tem sido utilizada no combate à inadimplência na disponibilização de crédito é a Inteligência Artificial. Nesse sentido, o CEO e fundador da Monest, Thiago Oliveira, explica que a IA permite uma análise de crédito mais precisa, considerando uma gama de dados que vai além dos históricos tradicionais. "Ao identificar comportamentos de risco de forma antecipada, as empresas conseguem oferecer crédito de maneira mais segura e personalizada, reduzindo a inadimplência sem limitar o acesso ao crédito", destaca Oliveira.

Leonardo Aguiar, head de comercial da EmCash, uma Fintech As A Service pioneira na democratização do crédito no Brasil, também enfatiza a importância de buscar novas tecnologias para garantir carteiras de crédito saudáveis, especialmente no modelo P2P (Peer-to-Peer), um sistema de empréstimos entre pessoas, onde indivíduos ou empresas podem emprestar e tomar dinheiro diretamente uns dos outros, sem a necessidade de intermediários tradicionais, como bancos. "O uso inteligente de dados, a inserção no Open Finance e a IA trazem insumos para criarmos modelagens financeiras robustas, com alta rentabilidade e menor risco para os investidores. A utilização de dados alternativos permite entender a capacidade de pagamento de curto, médio e longo prazo dos tomadores de crédito, evitando o superendividamento e, consequentemente, a inadimplência. Ao sairmos do óbvio e acessarmos novas tecnologias, conseguimos criar políticas de crédito disruptivas, otimizando o risco da operação".