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Argentina no meio do caos

A disputa política colocou um movimento que tomou as ruas da Argentina. Iniciado no fim de semana em cidades como Mendoza e Neuquén, espalhando-se rapidamente por Buenos Aires e outras cidades do país, vem transformando as madrugadas muito intensas e de terror

Autor: Paulo Niccoli RamirezFonte: 0 autor

A disputa política colocou um movimento que tomou as ruas da Argentina. Iniciado no fim de semana em cidades como Mendoza e Neuquén, espalhando-se rapidamente por Buenos Aires e outras cidades do país, vem transformando as madrugadas muito intensas e de terror.

Os saques são frequentes e tudo é motivado pela disputa política. O governo central da Argentina vem acusando o candidato à presidência Javier Milei como organizador do movimento, que não é espontâneo.

Para o cientista político e professor de sociologia da ESPM, Paulo Niccoli Ramirez, a ascensão de partidos políticos e personalidades ligadas à ultradireita vem se tornando temática recorrente no cenário político internacional nos últimos anos. “O candidato Javier Milei é um desses e vem seguindo os passos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles têm em comum o discurso de sistema e uma crítica ferrenha ao funcionamento do Estado. Também compartilham a crítica a direita tradicional e a esquerda, que não foram capazes de resolver os problemas sociais dos respectivos países, bem como desqualificam o sistema judiciário.

O especialista destaca ainda um ponto importante é que ambos defendem pelo menos nas suas respectivas campanhas eleitorais o liberalismo econômico. “As diferenças entre ambos para por aí, pois Bolsonaro era conservador nos costumes e liberal na economia. Enquanto Javier Milei é liberal nos costumes como a liberação da doação de órgãos e a favor de casamentos poligâmicos. Ele não tem acesso aos evangélicos e a classe militar, uma vez que desde o fim da ditadura na Argentina, estão fora da vida política, diferentemente do que ocorreu no Brasil com a participação forte dos militares”, diz Ramirez.

As eleições podem ter um efeito ainda mais nocivo ao povo argentino. “A miséria e desemprego aumentam rapidamente entre a população e gera uma sensação de risco, com a economia em colapso, os preços elevados e dólar caro. A instabilidade política e econômica será ainda mais crescente com a vitória da ultradireita”, conclui Ramirez.

O especialista está disponível para comentar o assunto.

Sobre a ESPM

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Paulo Niccoli Ramirez, cientista político e professor de sociologia da ESPM